De acordo com a Agrometeorologia, a seca é um fenômeno que retrata as condições gerais de aridez do solo de uma região, e seus impactos na vegetação natural, na agricultura e nos reservatórios locais.
Grande parte do Estado da Paraíba está inserido na região do polígono das secas, estima-se que cerca de 70% do território paraibano seja acometido tanto pela escassez, quanto pela má distribuição espacial e temporal das chuvas.
A vegetação típica do semiárido paraibano é a Caatinga, formada geralmente por cactos e outros vegetais de tamanho e folhas atrofiadas.
O período chuvoso geralmente é curto, variando em média entre 03 e 04 meses, e as médias pluviométricas variam entre 280 mm, região de Cabaceiras local mais seco do Brasil e que situa-se no Cariri, até 1000mm em São José da Lagoa Tapada no Sertão do estado.
O calor no semiárido do estado é intenso o ano todo, as chuvas ocorrem no primeiro semestre, no semestre seguinte desaparecem, dando lugar a baixos índices de umidade do ar que podem causar sérios riscos à saúde.
Mas quando um ano pode ser considerado seco?
O físico, meteorologista e mestre em Meteorologia Rodrigo Cézar Limeira explica que de acordo com a Literatura Científica existem 03 tipos de secas:
Seca meteorológica: Ocorre quando o total de chuvas ao longo do ano fica bem abaixo da média, ou seja, mais de 30% abaixo da média;
Seca agronômica: Ocorre quando há graves prejuízos na agricultura decorrentes de um período chuvoso irregular ou com escassez de chuva;
Seca hidrológica: Ocorre quando há pouco armazenamento de água nos reservatórios da região. Esse tipo de seca depende também da forma como as chuvas caem ao longo da estação chuvosa. Se numa localidade, o período chuvoso ocorrer com precipitações bem distribuídas ao longo dos meses, os reservatórios locais tendem a armazenar pouca água, configurando o fenômeno de seca hidrológica ou hídrica, caso contrário, se as chuvas caírem num curto espaço de tempo, ou seja, se caírem de uma vez os reservatórios armazenam muita água podendo até transbordar (sangrar).
De acordo com o estudioso, para que determinado ano seja considerado seco, é necessário que ocorram pelo menos “dois” dos “três” tipos de secas naquele ano.
Imagem de Igor Almeida Suassuna por Pixabay
Rodrigo Cézar Limeira – Portal Ciência em Foco