5 de Agosto de 2022 - Rodrigo Cézar Limeira - (2946 acessos) Comentário


A grande irregularidade na distribuição espacial das chuvas no Semiárido da PB em 2022

 

Açude

Cidade

Capac. Máxima m3

Volume atual em m3

Volume atual (%)

Engenheiro Arcoverde

Condado

36.834.375

15.057.282

40,88

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O açude Engenheiro Arcoverde em dezembro em 2021, ou seja, antes o início do período chuvoso de 2022 tinha 12.810.785 m3, ou 34,78% de sua capacidade máxima, em 06 de junho quando terminou o período chuvoso do Semiárido do Estado, ele armazenava 15.057.282 m3, ou 40,88% de sua capacidade máxima. Dessa forma, o reservatório teve uma recarga de aproximadamente 6,1% esse ano, ainda de acordo com dados oficiais do governo da Paraíba de ontem dia 04 de agosto, o reservatório tem atualmente 39,31% ou 14.481.257m3 de água, sendo sua capacidade máxima de 36.834.375 m3.

 

 

Período chuvoso de 2022 teve quantidade, mas a qualidade deixou a desejar:

 

 

Conforme a previsão qualitativa de chuvas realizada pelo físico, meteorologista e mestre em Meteorologia Rodrigo Cézar Limeira em fevereiro, o período chuvoso de 2022 teria chuvas com grande má distribuição espacial (irregulares) algo que geraria pouca recarga na maioria dos grandes açudes do Semiárido do Estado, algo confirmado.

 

Apenas o Complexo Coremas/Mãe d’ Água teve uma recarga mais significativa esse ano, da ordem de 19%, ou 243 milhões de metros cúbicos de água aproximadamente.

 

 

Quanto aos barreiros a previsão qualitativa feita pelo estudioso também se confirmou, em alguns locais encheriam, em outros teriam recarga da ordem de 50%, já em outras localidades do Cariri, Sertão e Altossertão teriam recargas pequenas, algo também confirmado. Segundo informações repassadas pelo popular Ivanildo Dantas, da cidade de São Francisco na região de Sousa, de São Francisco até chegar em Patos maioria dos barreiros armazenaram pouca água.

 

 

Em Santa Teresinha, no setor norte do município os barreiros encheram, já no setor sul os barreiros armazenaram pouca água, de acordo com informações repassadas pelo agente comunitário de saúde do município, José Araújo.

 

 

No município de Patos, nas fazendas Mocambo, Boi do Brito e no assentamento Patativa do Assaré os barreiros encheram e transbordaram, já na fazenda Trapiá que fica 8 quilômetros a oeste do sítio Mocambo, dos 04 barreiros da propriedade, dois chegaram a apenas 50% de suas capacidades, e os outros dois tiveram recargas de apenas 30% esse ano.

 

Os proprietários da região de Sousa relataram a mesma situação em relação ao período chuvoso de 2022, quando o pesquisador Rodrigo Cézar Limeira participou do Programa Conexão Rural da Rádio 104 FM, programa apresentado pelo líder dos agricultores do perímetro irrigado de São Gonçalo, José Marques.

 

Na ocasião os ouvintes parabenizaram o estudioso pela previsão correta, e por tirar dúvidas pertinentes aos raios, um problema sério para as comunidades rurais já que muitas dessas comunidades não dispõem de para-raios instalados.

 

Os ouvintes destacaram que vários barreiros inclusive no município de Sousa tiveram pouca recarga hídrica esse ano, cenário parecido ao que aconteceu no Cariri, região de Patos e Pombal.

 

Uma outra previsão do estudioso que se confirmou foi de um período chuvoso com mais qualidade para o Vale do Piancó e região de Cajazeiras, e foi realmente, nessas áreas as chuvas em 2022 ficaram acima da média.

 

 

O ESTUDIOSO RODRIGO CÉZAR ESCLARECE QUANDO A ESTAÇÃO CHUVOSA DO SEMIÁRIDO DO ESTADO É EFETIVAMENTE ACIMA DA MÉDIA.

 

 

PARA EXEMPLIFICAR: O ANO DE 2020.

 

 

DE 2012 A 2022 O ÚNICO ANO COM CHUVAS ACIMA DA MÉDIA NO SEMIÁRIDO DO ESTADO FOI 2020, POIS NAQUELE ANO ENCHERAM TODOS OU QUASE TODOS OS PEQUENOS E MÉDIOS RESERVATÓRIOS DE SOLEDADE ATÉ CAJAZEIRAS, ALÉM DISSO QUASE TODOS OS GRANDES AÇUDES QUE ABASTECEM CIDADES DO SEMIÁRIDO DO ESTADO TIVERAM GRANDES RECARGAS NAQUELE ANO, JUNTAMENTE COM OS ÍNDICES PLUVIOMÉTRICOS ACIMA DA MÉDIA REGISTRADOS NA GRANDE MAIORIA DAS LOCALIDADES DO CARIRI, SERTÃO E ALTOSSERTÃO DA PARAÍBA. POR ISSO QUE UM ANO COMO 2020 DEVE SER MENCIONADO E COMEMORADO, FOI GRAÇAS A ELE QUE A VIOLENTA CRISE HÍDRICA QUE ASSOLAVA O INTERIOR DO ESTADO (SEMIÁRIDO) PERDEU FORÇA.

 

 

EM 2022 E EM 2021 CHOVEU SIM EM MUITOS MUNICÍPIOS DO SEMIÁRIDO DO ESTADO, MAS A CHUVA CAIU DE FORMA MUITO IRREGULAR CONFORME PREVIA O PESQUISADOR, PREVISÃO CONFIRMADA.

 

 

JAMAIS SE DEVE MENCIONAR UM ANO COM CHUVA ACIMA DA MÉDIA, QUANDO A PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA APRESENTA GRANDE IRREGULARIDADE NA SUA DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL, ALGO OBSERVADO EM 2021 E 2022.

 

 

SÓ LEMBRANDO, DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS CHUVAS, É A FORMA COMO AS CHUVAS SE DISTRUBUEM DENTRO DE UM MESMO MUNICÍPIO, OU DENTRO DE UMA MESMA REGIÃO, SEMIÁRIDO PARAIBANO.

 

 

ANOS EM QUE CHOVE DE FORMA MUITO IRREGULAR, OU SEJA, COM GRANDE MÁ DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS CHUVAS, TENDEM A SER ANOS EM QUE OS TOTAIS PLUVIOMÉTRICOS SEGUEM O PADRÃO DE SEREM ABAIXO DA MÉDIA, OU DE NORMAL A ABAIXO DA MÉDIA, A EXEMPLO DE: 2012,2013,2015, 2016,2017,2018,2019,2021 E 2022. EM TODOS ESSES ANOS HOUVE POUCA RECARGA HÍDRICA NA MAIORIA DOS GRANDES AÇUDES QUE ABASTECEM CIDADES DO CARIRI, SERTÃO E ALTOSSERTÃO DA PARAÍBA.

 

 

DESSA FORMA, POR QUE 2020 FOI O ÚNICO ANO DE CHUVAS ACIMA DA MÉDIA NO SEMIÁRIDO DO ESTADO NO PERÍODO DE 2012 A 2022? POIS NAQUELE ANO A PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA CAIU DE FORMA MAIS BEM DISTRIBUÍDA EM TODA A REGIÃO.

 

 

 Em 2014 choveu acima da média na região de Patos, mas na maioria das localidades do Cariri, Sertão e Altossertão do Estado a chuva foi na média.

 

NAQUELE ANO OS AÇUDES QUE ABASTECEM AS CIDADES DA REGIÃO DE PATOS TIVERAM BOAS RECARGAS, E PRATICAMENTE TODOS OS BARREIROS DA REGIÃO ENCHERAM, LEMBRANDO QUE EM 2014 CHOVEU EM PATOS, NA EMBRAPA 943 MM, ALGO QUE PRODUZIU UMA RECARGA DE APROXIMADAMENTE 72% NA BARRAGEM DA FARINHA E 68% NO JATOBÁ, AMBOS ENCHERAM. EM 2022 A CORRELAÇÃO ÍNDICE PLUVIOMÉTRICO ACUMULADO NO PLUVIÔMETRO OFICIAL E RECARGA SIGNIFICATIVA NESSES DOIS RESERVATÓRIOS NÃO FOI DIRETA, POIS CHOVEU 945 MM ATÉ AGORA, E OS DOIS RESERVATÓRIOS TIVERAM POUCA RECARGA HÍDRICA, A BARRAGEM DA FARINHA TEVE RECARGA DE APENAS 1%, E O AÇUDE DO JATOBÁ TEVE RECARGA DE 9%. POR QUE ISSO OCORREU? GRANDE MÁ DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS CHUVAS DENTRO DO MUNICÍPIO E NA BACIA DE AMBOS OS MANANCIAIS, OU SEJA, NO LOCAL ONDE ESTÁ INSTALADO O PLUVIÔMETRO OFICIAL DA EMPAER, CHOVEU ACIMA DA MÉDIA, MAS NAS BACIAS DOS DOIS RESERVATÓRIOS AS CHUVAS CAÍRAM NUMA QUANTIDADE BEM ABAIXO DA MÉDIA, FATO QUE PROVOCOU POUCO ESCOAMENTO SUPERFICIAL NOS AFLUENTES E SUBAFLUENTES DOS CITADOS MANANCIAIS.

 

 

 

CAUSA DA GRANDE IRREGULARIDADE DA ESTAÇÃO CHUVOSA DO SEMIÁRIDO DA PARAÍBA EM 2022:

 

 

AS CONDIÇÕES OCEÂNICAS SE MANTIVERAM FAVORÁVEIS A PARTIR DE 10 DE MARÇO DE 2022, COM A FORMAÇÃO DO DIPOLO DO ATLÂNTICO FAVORÁVEL PARA CHUVAS NO SEMIÁRIDO DO SETOR NORTE DO NORDESTE, DURANTE O TRIMESTRE MARÇO, ABRIL E MAIO, ALÉM DISSO O FENÔMENO CLIMÁTICO E OCEÂNICO LA NIÑA MODERADO, COLABOROU PARA AS BOAS CHUVAS REGISTRADAS EM MARÇO, NO ENTANTO, ABRIL REGISTROU CHUVAS VARIANDO DE NORMAIS A ABAIXO DA MÉDIA NA REGIÃO, E MAIO DENTRO DA NORMALIDADE. CHOVEU BEM, REFLENTINDO AS CONDIÇÕES OCEÃNICAS FAVORÁVEIS NAQUELE MOMENTO, NO ENTANTO, ALGO CHAMAVA A ATENÇÃO, A GRANDE MÁ DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS CHUVAS, OU SEJA, ALGUNS RESERVATÓRIOS QUE ABASTECEM CIDADES DO SEMIÁRIDO DO ESTADO RECEBIAM BOAS RECARGAS, MAS A MAIORIA DELES NÃO, E EM RELAÇÃO AOS PEQUENOS RESERVATÓRIOS ACONTECIA O MESMO, ALGUNS ENCHIAM, OUTROS NÃO E VÁRIOS TERMINARAM O PERÍODO CHUVOSO COM POUCA RECARGA HÍDRICA. QUAL A JUSTIFICATIVA ENTÃO?

 

 

A OSCILÇÃO MADDEM-JULLIAM SE MANTEVE NEUTRA DURANTE QUASE TODA A ESTAÇÃO CHUVOSA DO SEMIÁRIDO PARAIBANO EM 2022.

 

 

O FENÔMENO INFLUENCIA NO PADRÃO DE CONVECÇÃO VIGENTE DURANTE A ESTAÇÃO CHUVOSA DAS REGIÕES NORTE E NORDESTE DO BRASIL, SENDO CARACTERIZADO PELA PENETRAÇÃO EM ALTOS NÍVEIS DA TROPOSFERA, DE ONDAS PLANETÁRIAS DE ENERGIA, QUE SE ALTERNAM EM INTERVALOS DE 30 E 60 DIAS, EM OUTRAS PALAVRAS, ESSAS ONDAS EM DETERMINADO MOMENTO DA ESTAÇÃO CHUVOSA DESSAS DUAS REGIÕES, ATIVAM E ORGANIZAM A CONVECÇÃO, EM OUTROS PERÍODOS INIBEM CONVECÇÃO. MESMO COM AS CONDIÇÕES OCEÂNICAS FAVORÁVEIS EM MARÇO, ABRIL E MAIO, O CITADO FENÔMENO NÃO COLABOROU PARA A FORMAÇÃO DE GRANDES AGLOMERADOS DE NUVENS CUMULONIMBUS DURANTE A ESTAÇÃO CHUVOSA DESSE ANO NO CARIRI, SERTÃO E ALTOSERTÃO DA PARAÍBA, QUE DURA DE FEVEREIRO A MAIO, COM ISSO OS EPISÓDIOS DE CHUVA FICARAM EM BOA PARTE RESTRITOS A ATUAÇÃO DE CUMULONIMBUS MAIS INDIVIDUALIZADOS, ALGO QUE RESULTOU MUITAS VEZES EM BOAS CHUVAS NOS LOCAIS ONDE ESTÃO INSTALADOS OS PLUVIÔMETROS DA REDE PLUVIOMÉTRICA OFICIAL, E EM AUSÊNCIA DE CHUVA NAS BACIAS DOS GRANDES AÇUDES, ISSO TAMBÉM PROPORCIONOU QUE VÁRIOS AÇUDES PEQUENOS E MÉDIOS TRANSBORDASSEM, ENQUANTO OUTROS PRÓXIMOS A ELES TIVESSEM RECARGAS DE 50% OU ATÉ MESMO PEQUENAS RECARGAS HÍDRICAS.

 

 

SEGUNDO RODRIGO CÉZAR, SE A OSCILAÇAO MADDEM-JULIAM ESTIVESSE NUMA FASE FAVORÁVEL PARA ATIVAR E ORGANIZAR A CONVECÇÃO, DURANTE A QUADRA CHUVOSA DO SEMIÁRIDO DO ESTADO ESSE ANO, RESERVATÓRIOS COMO OS AÇUDES QUE ABASTECEM AS CIDADES SANTA LUZIA, SÃO MAMEDE E TEIXEIRA NÃO ESTARIAM TOTALMENTE SECOS COMO AGORA, E TERIAM TIDO GRANDES RECARGAS HÍDRICAS. ALÉM DISSO OS AÇUDES QUE ABASTECEM PATOS TERIAM TRANSBORDADO A EXEMPLO DO COMPLEXO COREMAS-MÃE D’ ÁGUA QUE TERIA NO MINÍMO ENCHIDO EM 2022.

 

A BARRAGEM DA FARINHA ATUALMENTE ESTÁ COM APENAS 19%, E HÁ 39 AÇUDES QUE ABASTECEM CIDADES DO SEMIÁRIDO DO ESTADO COM MENOS DE 20% DE SUAS CAPACIDADES MÁXIMAS, DE ACORDO COM DADOS OFICIAIS DO GOVERNO DA PARAÍBA.

 

 

 Imagem de Albrecht Fietz por Pixabay 

 

RODRIGO CÉZAR LIMEIRA – PORTAL CIÊNCIA EM FOCO.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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