O Cariri, Sertão e Alto-sertão da Paraíba terão chuvas variando entre a média e valores abaixo da média esse ano afirma o físico, meteorologista e mestre em Meteorologia Rodrigo Cézar Limeira.
De acordo com o estudioso há um aspecto favorável para as chuvas no interior do Estado esse ano, o Oceano Atlântico Norte está passando por um fenômeno chamado de Oscilação Multidecadal do Atlântico, que se iniciou nos primeiros meses de 2018 e que pode perdurar por alguns anos. Dessa forma o citado oceano encontra-se desde o início do ano passado mais frio que o normal, fato que favorece bons índices pluviométricos de chuvas para o interior do Estado durante a quadra chuvosa de fevereiro a maio desse ano.
Por outro lado a região central do Oceano Pacífico Equatorial encontra-se mais quente que o normal desde setembro de 2018, com tendência de configuração de um fraco episódio do fenômeno climático e oceânico El Niño nas próximas semanas. Mesmo se não configurasse o El Niño, só o fato da região central do Pacífico Equatorial estar com temperatura acima da média durante a quadra chuvosa de fevereiro a maio, já seria suficiente para influenciar na distribuição das chuvas no semiárido do Estado.
Além disso, o Oceano Atlântico Sul na altura da costa leste do Nordeste vem desde 2012 com tendência de esquentar abaixo do normal, fato que colaborou muito para a grande crise hídrica que atinge o interior do Estado da Paraíba desde o mencionado ano.
Para o estudioso a perspetiva é de encerramento da quadra chuvosa do semiárido do Estado na segunda quinzena de abril, fato característico de anos de El Niño.
O Atlântico Sul na altura da costa leste do Nordeste está quente desde novembro de 2018, algo que muitas vezes ocorre em anos de El Niño, o mencionado oceano esquenta antes do normal, e também esfria antes do período normal.
O comum de acordo com o estudioso é o referido oceano esquentar significativamente em fevereiro mantendo-se quente até maio, e em 2019 esse aquecimento foi antecipado.
Para a região de Patos-PB a perspectiva é de chuvas abaixo da média histórica em 2019, com considerável irregularidade na distribuição espacial e temporal das chuvas, algo que terá impacto no armazenamento de água em seus grandes reservatórios, como é o caso dos mananciais de Coremas, Mãe d' Água e Capoeira.
Estudioso prevê recargas menores para a maioria dos grandes açudes do interior do Estado em 2019:
A maioria dos grandes açudes que abastecem as cidades do interior do Estado da Paraíba terão recargas menores que ano passado, pontua Rodrigo Cézar Limeira.
Com o El Niño fraco, a perspectiva é de menos recargas em reservatórios como Coremas, Mãe d' Água, Açude Cachoeira dos Cegos, Engenheiro Arcoverde, Lagoa do Arroz e Engenheiro Ávidos esse ano, em se comparando com o ano passado.
Imagem de Keli Black por Pixabay
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