28 de Julho de 2019 - Rodrigo Cézar Limeira - (4675 acessos) Comentário


Sistema de alta pressão contribui para amenizar o calor em julho no interior da Paraíba

De acordo com o físico, meteorologista e mestre em Meteorologia Rodrigo Cézar Limeira é normal que principalmente em junho e julho ocorram temperaturas mais amenas, e um pouco de chuva no Semiárido do Estado, já que junho, julho, agosto e setembro caracterizam o inverno do hemisfério sul, período em que os raios solares incidem de forma mais inclinada sobre o referido hemisfério. Com isso a quantidade de radiação solar que chega à superfície é menos intensa que nas outras estações.

 

 

Esse ano junho por exemplo foi atípico, devido a atuação do fenômeno climático e oceânico El Niño na região central do Oceano Pacífico Equatorial que contribuiu para elevar um pouco a temperatura do ar no referido hemisfério.

 

 

No interior da Paraíba, junho foi quente e o calor conforme já frisado esteve associado ao fenômeno climático El Niño. Em julho mesmo com o El Niño, um fenômeno foi responsável pela redução mais significativa da temperatura do ar, a presença de um sistema meteorológico de alta pressão sobre o Oceano Atlântico Sul, esses centros de alta pressão como também são chamados, caracterizam-se pela circulação dos ventos no sentido anti-horário, sendo responsáveis pelo transporte em larga escala de grande quantidade de umidade do Atlântico Sul em direção ao continente.

 

 

Em junho e julho de 2017, e no mês de julho de 2019, esse sistema esteve bem intensificado e mais próximo que o normal da costa leste do Nordeste, sendo que o saldo da aproximação desse fenômeno nos últimos dias foram chuvas torrenciais com inundações no Recife, acompanhadas de rajadas de vento significativas que intensificaram a sensação térmica de frio, que adentrou pelo interior da região.

 

 

Essas rajadas de ventos transportaram um pouco mais de umidade que o normal para o semiárido do Estado, e tiveram um papel fundamental para ajudar a tornar o clima mais ameno.

 

 

Com nebulosidade cobrindo na totalidade a abóbada celeste durante dias seguidos, e com a presença de garoa quase constante, a temperatura do ar caiu em todo o semiárido.

 

 

Efeitos da umidade do ar e vento na sensação térmica:

 

 

A umidade do ar aumenta a sensação térmica de calor, dessa forma, quanto mais alta estiver a umidade do ar, maior será a sensação térmica de calor.

Já o vento aumenta a sensação térmica de frio, dessa forma, quanto maior a velocidade dos ventos, maior a sensação térmica de frio.

 

 

Sensação térmica é diferente de temperatura do ar:

 

 

Temperatura do ar é uma medida do grau de agitação das moléculas do ar atmosférico, essa por sua vez é medida por um termômetro de alta precisão instalado dentro do abrigo de instrumentos meteorológicos, sem sofrer a influência do vento e da radiação solar.

 

 

Sensação térmica é o efeito que a umidade do ar e a velocidade dos ventos exercem sobre o corpo humano, potencializando a sensação de calor ou frio.

 

 

Portal Ciência em Foco

 

 

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